Colegiada de São Cristóvão
Nível de descrição
Fundo
Código de referência
PT/AUC/DIO/CSC
Tipo de título
Atribuído
Título
Colegiada de São Cristóvão
Datas de produção
1511
a
1842
Dimensão e suporte
31 u. i. (24 liv..7 cx. 7 pt.); perg. e papel.
Entidade detentora
Arquivo da Universidade de Coimbra
História administrativa/biográfica/familiar
Desconhece-se a data concreta de início da atividade da Colegiada de São Cristóvão, mas deve ter surgido no século XII , de acordo com testemunhos documentais que provam a sua existência, pelo menos desde 1143. Era uma instituição eclesiástica formada por um colégio de clérigos, designados como beneficiados, presididos por um prior, que estava sujeito à autoridade do bispo de Coimbra. Este órgão colegial, ou conjunto de beneficiados e seu prior tomavam todas as suas decisões em cabido.Entre os beneficiados eram escolhidos os membros que ocupavam outros cargos administrativos, como: o tesoureiro, o apontador do coro, o recebedor das rendas, o cartorário, o escrivão ou o celeireiro.Em conformidade com as outras colegiadas da cidade de Coimbra, a igreja foi sede de paróquia de São Cristóvão. Dado este facto, o prior registava os batismos, casamentos, óbitos e crismados realizados na igreja, existindo registos da sua atividade desde 1614. A atestar esta informação refira-se o exemplo do livro de batismos de 1745-1789 confirmando que os registos eram feitos por algum membro da Colegiada:“Dou commissão ao reverendo beneficiado Estevão Luís Vieira da Colegiada de São Christovão desta cidade para numerar e rubricar este livro que há de servir para os assentos dos baptismos da freguesia da mesma colegiada.” (AUC, Paróquia da Sé Velha (F), Batismos (SR), 1745-1789 (UI), fl. 1 Cota: III-2.ª D.)Dentro das suas funções destaca-se, principalmente, o culto divino, devendo registar-se, obrigatoriamente, as ausências de rituais não justificadas (como doença, serviço da Igreja ou férias) aos rituais. Estas faltas podiam ser penalizadas com pagamento de multas e supressão de direitos.Os beneficiados celebravam, igualmente, os ofícios pelos mortos, especialmente, por alma dos seus benfeitores ou de quem lhe deixava, em testamento, algum património para com ele se poder fazer o pagamento de missas.A Colegiada dispunha de um diverso património que devia gerir de forma a manter a sua subsistência. Os seus bens situavam-se, na maioria, na cidade de Coimbra e arredores e compunham-se, no geral, de casas, olivais e vinhas. Contudo também se estendia a lugares que hoje pertencem ao concelho de Condeixa (Sebal e Bruscos), Penela (Rabaçal) ou Mortágua (Santa Cristina).De forma a acomodar os cereais que recebia por pagamento de foros e rações, a Colegiada tinha um celeiro situado na rua das Fangas, por detrás da igreja e outro celeiro em Rabaçal (c. Penela).A Colegiada possuiu um cartório, no qual se conservava a documentação produzida, de acordo com os inventários localizados para os anos de 1830 e 1854. Neste cartório não se guardava apenas a documentação, mas também se recolhia o dinheiro da fábrica.Através das visitações recolhem-se mais alguns dados indisponíveis através da documentação da referida Colegiada. Em 1607, aquando na visita do provisor António Velho, é referida uma confraria que “já não servia”.Refira-se, também, a existência de uma irmandade, através de um requerimento de 19 de julho de 1783, a de São Miguel, que pertenceria à Colegiada, mas que há data do documento já se encontraria extinta.A igreja deixou de ser sede de paróquia no ano de 1855, já após a extinção da Colegiada, que ocorrera em 1848, em virtude da Lei de 16 de junho, que extinguiu grande parte das colegiadas a nível nacional.
História custodial e arquivística
A Lei de 16 de junho de 1848 ordenou uma redução das colegiadas existentes no país e o respetivo património de cada uma foi entregue aos seminários locais. Em 20 de maio de 1854 foi feito o inventário do cartório da extinta Colegiada, estando presentes o reverendo doutor Francisco António Rodrigues de Azevedo, representante da Colegiada, e o cónego reitor do Seminário Episcopal, o reverendo José Duarte Coelho do Rego. Nessa altura, o acervo era formado por 32 volumes, 6 maços de processos e 596 pergaminhos, de acordo com o que ficou registado no inventário. Da totalidade dos pergaminhos referidos 58 foram recolhidos por Alexandre Herculano para serem enviados para o Arquivo Nacional da Torre do Tombo.É com o cotejo deste inventário e de outro elaborado em 1830, devido à eleição do novo cartorário, que se verificam perdas documentais. Em 1854, vários volumes referentes a foros, rendas, frutos do celeiro, etc, não são mencionados, não se sabendo o que lhes aconteceu depois de 1830. Quanto aos pergaminhos não se pode chegar a uma conclusão tão óbvia, pois no primeiro inventário estão descritos por maço e não se sabe se o número corresponde ao de 1854.Pelo inventário de 1830 concluímos que os pergaminhos se encontravam organizados por assuntos e maços. Além de que, os dois documentos em pergaminho, revelam uma numeração, no verso, que deve corresponder a um tratamento arquivístico que lhe foi conferido, em data desconhecida.Alguma documentação avulsa relativa a processos revela o anterior tratamento arquivístico, ao apresentar numeração na documentação, como é descrito no inventário que foi feito no Seminário, em 1854, mas que não se sabe quando foi numerada.Sabemos, igualmente, por este último inventário que o “Livro de sentenças”, já estava em mau estado nessa data, chegando até nós sem a sua encadernação original.Outro volume, referente a escrituras avulsas, está desmembrado e incompleto, sem índice, que já não chegou até nós e estão omissas as seguintes folhas 1-5, 15, 21, 27, 48-53, 83, 130-131, 219-222, 253-258.O Decreto de 2 de outubro de 1862 determina que devem ser entregues ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo todos os documentos anteriores a 1600. A incorporação de 2 livros e 33 maços respeitantes ao arquivo da Colegiada de São Cristóvão de Coimbra ocorreu a 15 de setembro de 1863. A 27 de junho de 1931, o Decreto n.º 19.952 que organizou definitivamente os arquivos distritais do país e incorporou o Arquivo Distrital de Coimbra no Arquivo da Universidade, determinava que nele se recolhessem os cartórios das Sés, colegiadas e Cabidos, entre outros documentos. Contudo, toda a documentação relativa aos cartórios das extintas colegiadas, já se encontrava no Arquivo da Universidade de Coimbra desde 1917.Em 1932, o diretor do Arquivo, Dr. Ferrand Pimentel de Almeida, dava conta da existência de 19 volumes e 20 maços da Colegiada de São Cristóvão, que fora incorporada juntamente com as restantes extintas colegiadas e com a documentação da Câmara Eclesiástica de Coimbra e do Cabido. Identificaram-se documentos que pertenciam a outros fundos como o Seminário Episcopal de Coimbra, Câmara Eclesiástica, Cabido e Sé de Coimbra, São Bartolomeu e Colegiada de Santa Justa, que foram restituídos aos respetivos fundos.A Lei de 16 de junho de 1848 ordenou uma redução das colegiadas existentes no país e o respetivo património de cada uma foi entregue aos seminários locais. Em 20 de maio de 1854 foi feito o inventário do cartório da extinta Colegiada, estando presentes o reverendo doutor Francisco António Rodrigues de Azevedo, representante da Colegiada, e o cónego reitor do Seminário Episcopal, o reverendo José Duarte Coelho do Rego. Nessa altura, o acervo era formado por 32 volumes, 6 maços de processos e 596 pergaminhos, de acordo com o que ficou registado no inventário. Da totalidade dos pergaminhos referidos 58 foram recolhidos por Alexandre Herculano para serem enviados para o Arquivo Nacional da Torre do Tombo.É com o cotejo deste inventário e de outro elaborado em 1830, devido à eleição do novo cartorário, que se verificam perdas documentais. Em 1854, vários volumes referentes a foros, rendas, frutos do celeiro, etc, não são mencionados, não se sabendo o que lhes aconteceu depois de 1830. Quanto aos pergaminhos não se pode chegar a uma conclusão tão óbvia, pois no primeiro inventário estão descritos por maço e não se sabe se o número corresponde ao de 1854.Pelo inventário de 1830 concluímos que os pergaminhos se encontravam organizados por assuntos e maços. Além de que, os dois documentos em pergaminho, revelam uma numeração, no verso, que deve corresponder a um tratamento arquivístico que lhe foi conferido, em data desconhecida.Alguma documentação avulsa relativa a processos revela o anterior tratamento arquivístico, ao apresentar numeração na documentação, como é descrito no inventário que foi feito no Seminário, em 1854, mas que não se sabe quando foi numerada.Sabemos, igualmente, por este último inventário que o “Livro de sentenças”, já estava em mau estado nessa data, chegando até nós sem a sua encadernação original.Outro volume, referente a escrituras avulsas, está desmembrado e incompleto, sem índice, que já não chegou até nós e estão omissas as seguintes folhas 1-5, 15, 21, 27, 48-53, 83, 130-131, 219-222, 253-258.O Decreto de 2 de outubro de 1862 determina que devem ser entregues ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo todos os documentos anteriores a 1600. A incorporação de 2 livros e 33 maços respeitantes ao arquivo da Colegiada de São Cristóvão de Coimbra ocorreu a 15 de setembro de 1863. A 27 de junho de 1931, o Decreto n.º 19.952 que organizou definitivamente os arquivos distritais do país e incorporou o Arquivo Distrital de Coimbra no Arquivo da Universidade, determinava que nele se recolhessem os cartórios das Sés, colegiadas e Cabidos, entre outros documentos. Contudo, toda a documentação relativa aos cartórios das extintas colegiadas, já se encontrava no Arquivo da Universidade de Coimbra desde 1917.Em 1932, o diretor do Arquivo, Dr. Ferrand Pimentel de Almeida, dava conta da existência de 19 volumes e 20 maços da Colegiada de São Cristóvão, que fora incorporada juntamente com as restantes extintas colegiadas e com a documentação da Câmara Eclesiástica de Coimbra e do Cabido. Identificaram-se documentos que pertenciam a outros fundos como o Seminário Episcopal de Coimbra, Câmara Eclesiástica, Cabido e Sé de Coimbra, São Bartolomeu e Colegiada de Santa Justa, que foram restituídos aos respetivos fundos.
Âmbito e conteúdo
Inclui volumes e documentação avulsa, em cópias e em originais, sobre a administração de património como emprazamentos e renovação de emprazamentos, escambos, reconhecimento de prazos, obrigação de dívida, etc.Engloba, também, sentenças e autos diversos que nos dão conta dos conflitos com os rendeiros e foreiros, com outras instituições ou com os próprios beneficiados da Colegiada.Contém, igualmente, cartas régias e documentos relativos aos privilégios da igreja, bem como documentação sobre o cumprimento de instituições pias.Inclui diversos documentos de decisões tomadas em cabido, costumes da igreja, petições para justificar faltas ocorridas ou noutros casos para aplicar sanções por diversas faltas dos beneficiados ao exercício do coro.É possível conhecer as propriedades da Colegiada através de diversos tombos de demarcação, medição e reconhecimento de prazos. Os bens da instituição localizavam-se, na sua maioria, na cidade de Coimbra, suas freguesias e arredores e noutros concelhos: Mortágua (no lugar de Santa Cristina), em Penela (no lugar do Rabaçal) e em Condeixa (nos lugares de Bruscos e Sebal).Contempla as despesas gerais da Colegiada e inclui livros e documentação avulsa com o registo de censos, foros, rendas, nomes dos foreiros e rendeiros, quantitativos de foros (dízimos, laudémios, rações) pagos, seja em géneros, seja em dinheiro.Reúne, ainda, três inventários através dos quais podemos conhecer as alfaias litúrgicas que a igreja detinha e o conteúdo do seu cartório.
Sistema de organização
Foram identificadas e ordenadas cronologicamente as seguintes séries documentais: Escrituras diversas e procurações (1511-1839), Autos e sentenças (1565-1842), Cartas régias e privilégios (1601-1842), Receitas e despesas (1639-1839), Róis de foros e foreiros (1656-1819), Decisões capitulares e costumes da Colegiada (1698-1815), Inventários (1723-1830), Tombos de demarcação, medição e reconhecimento de prazos (1724-1820) e Instituições Pias (1730-1817).Com a identificação das séries procedeu-se à atualização das cotas seguindo no fim da descrição das séries uma tabela com a equivalência das cotas antigas para as cotas atuais.No final foi colocado uma pasta com uma coleção de documentos diversos (1727-[séc. 18--]) que não foi possível inserir nas séries existentes, constituída por fragmentos de documentos, cartas e uma petição.A documentação avulsa estava dividida em oito caixas, nestas incluíam-se dois volumes que foram identificados, através dos inventários, um como sendo o “Livro das escripturas que andavam avulsas no cartório desta igreja de S. Christovão” e outro como o “Livro de sentenças”.Na caixa n.º 8 existiam 4 maços individualizados contendo documentos diversos que foram identificados com sumários e inseridos nas respetivas séries documentais. O mesmo tratamento individualizado foi feito com a restante documentação, fosse avulsa ou em livro e dentro de cada série foram organizados cronologicamente.
Idioma e escrita
Português, latim.
Características físicas e requisitos técnicos
Documentação com manchas de humidade, acidez e manuseamento. Repasses de tinta, folhas rasgadas ou com rasgões e com picos de traça e galerias. Dois exemplares estão sem encadernação original, em parte desmembrados e faltando-lhes folhas.O primeiro volume da série Autos e sentenças, apesar de ter uma numeração de fólio, conclui-se que já esteve desmembrado, por ter outras numerações que estão riscadas.
Instrumentos de pesquisa
Inventário
Data de publicação
16/05/2021 22:13:29