Convento de Nossa Senhora do Carmo de Tentúgal
Nível de descrição
Fundo
Código de referência
PT/AUC/MC/CVNSCT
Tipo de título
Formal
Título
Convento de Nossa Senhora do Carmo de Tentúgal
Datas de produção
1451
a
1924
Datas de acumulação
1557 - 1898
Dimensão e suporte
43 u. i. (6 cx., 37 liv.); pergaminho e papel.
Extensões
6 Caixas
37 Livros
Entidade detentora
Arquivo da Universidade de Coimbra
História administrativa/biográfica/familiar
O Convento de Nossa Senhora da Natividade de Tentúgal ou Convento de N.ª S.ª do Carmo de Tentúgal pertenceu à ordem das carmelitas calçadas, também conhecido por Convento das Madres do Carmo, situa-se na vila de Tentúgal, distrito de Coimbra, e teve a sua origem na confraria de S. Pedro e S. Domingos de Tentúgal.Deve-se a dom Francisco de Melo, 2º conde de Tentúgal, a iniciativa da construção de um convento de freiras na vila de Tentúgal.Embora não se saiba a data exata do início da sua construção, na página 313 do livro com a cota Nª Sª CARMO-11, consta o seguinte texto: “Lembranças do tempo em que se fundou este Convento de Nossa Senhora do Carmo desta vila de Tentúgal (…) falaremos do tempo em que por inspiração do Ceo veo este convento a esta Vila de N.ª S.ª do Carmo que foi na era de mil quinhentos e cinquenta, pouco mais ou menos, sendo provincial Dom Gaspar dos Reis (…)”.Embora não haja consenso relativamente à data da sua fundação, mas na nossa documentação encontrámos como data da sua fundação e Instituição, a de 25 de março de 1567, como consta no traslado: “Saibam quantos este público instrumento de Instituição e Fundação virem como em o ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil e quinhentos e sessenta e sete anos, aos vinte e cinco dias do mês de Março (…). Ordenou o dito Senhor que o Convento fosse edificado na ermida de S. Pedro e S. Domingos que está dentro da vila, por ser lugar honesto e conveniente (…) a abadessa será eleita (…) haverá um livro das eleições que as freiras assinarão (…) no dito Convento haverá 30 de véu preto e noviças, em memória e relembrança dos trinta dinheiros porque Cristo nosso Redentor foi vendido. (...) A Prioresa e monjas poderão aceitar algumas noviças, mas que tragam bom dote ou renda para sustentação da casa (…)”.As primeiras noviças que aí professaram foram Maria da Encarnação e sua irmã, no ano de 1573, as quais eram filhas de Gaspar Barreto, desta Vila. A fama do Convento é tal que (…) vinham freiras de muitas partes para tomar aqui o hábito, pela fama da muita virtude (…). In p. 313 Nª Sª CARMO-11, e levou a que tivesse uma enorme afluência. Mas, havia sido instituído somente para 30 religiosas (in p. 377 N.ª S.ª Carmo-23), no entanto vamos encontrar 64 no ano de 1711. Ano em que a 23 de março, há uma Visitação de Frei Manuel da Graça, Comissário Visitador e Reformador Geral, a este convento. Mas no ano de 1770, quando por ordem de Sua Majestade foi feita uma relação dos bens, fazendas, dívidas e número de religiosas deste convento, o número de religiosas já é de 41. In p. 434v., N.ª S.ª CARMO-22. O seu património foi delapidado com as invasões francesas. No âmbito da "Reforma geral eclesiástica" de 1834, empreendida pelo ministro e secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar, pelo Decreto de 30 de maio, foram extintos todas as Instituições religiosas. Nos conventos femininos proibiram a entrada de noviças e as religiosas ficaram sujeitas aos respetivos bispos, até à extinção definitiva que ocorria com a morte da última freira, o que ocorreu a 18 de fevereiro de 1898, por falecimento de Dona Maria Maximina do Souto, sendo os bens entregues à Fazenda Nacional.
Âmbito e conteúdo
A documentação deste fundo é, na sua maior parte, relativa à gestão financeira e patrimonial dos bens do convento.Os documentos são na sua maioria títulos de propriedades, privilégios, alvarás, tombos, e outros relacionados com a administração de bens.
Sistema de organização
Toda a documentação foi objeto de intervenção, não só de análise de conteúdo, mas também do seu acondicionamento físico. A documentação foi colocada em pastas.A organização do fundo obedeceu à natureza dos documentos, tendo sido classificada em 25 séries documentais, que estão ordenadas alfabeticamente e, por sua vez, os documentos de cada série encontram-se ordenados cronologicamente.
Idioma e escrita
Português
Notas de publicação
Referência bibliográfica"Ordens religiosas em Portugal: das origens a Trento: guia histórico". Dir. Bernardo de Vasconcelos e Sousa. Lisboa: Livros Horizonte, 2005. ISBN 972-24-1433-X. p. 418.
Data de publicação
14/05/2021 17:11:33