Colégio da Santissima Trindade de Coimbra

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Colégio da Santissima Trindade de Coimbra

Detalhes do registo

Nível de descrição

Fundo   Fundo

Código de referência

PT/AUC/MC/CSTCBR

Tipo de título

Formal

Título

Colégio da Santissima Trindade de Coimbra

Datas de produção

1545  a  1894 

Datas de acumulação

1563 - 1834

Dimensão e suporte

8 u. i. (4 cx., 4 liv.); pergaminho e papel.

Extensões

4 Caixas
4 Livros

Entidade detentora

Arquivo da Universidade de Coimbra

História administrativa/biográfica/familiar

Embora alguns estudantes da Ordem da Santíssima Trindade da Redenção dos Cativos já se encontrassem em Coimbra no ano de 1552, em pequenos edifícios junto à Sé, só no ano de 1555 é que frei Roque do Espírito Santo, com a proteção da rainha D. Catarina, procurou sítio para a fundação do seu colégio. O local escolhido foi o cimo da Couraça de Lisboa e o novo edifício começou a ser construído por volta do ano de 1562.A compra de espaços para a edificação do Colégio da Trindade aparece referida em várias escrituras, sendo que a primeira relativa à compra de umas casas e quintal foreiro da igreja de S. Pedro, sitas na freguesia de S. Pedro, pela quantia de duzentos mil réis, e ainda umas outras casas e terras na mesma freguesia, no custo total de mil e sessenta réis e um frangão. Além destas, inclui-se, ainda, um chão foreiro da referida igreja e seu direito de senhorio por cinquenta réis a D. Ana Monteiro, viúva de Nicolau Leitão, documento datado de 6 de fevereiro de 1563.Como não faltaram dádivas de vária ordem as obras progrediram e, em 1575, pelo Alvará de 11 de janeiro, foi dada licença aos membros do Colégio para tomarem posse de um pedaço da rua e da travessa da Trindade.A 2 de novembro de 1587 teve lugar o ato solene da colocação das primeiras pedras da igreja renascentista do Colégio. Estiveram presentes o reitor da Universidade, Dom Fernando Martins Mascarenhas, que colocou a primeira pedra, o provincial e comissário frei Roque do Espírito Santo que assentou a segunda, o padre frei António dos Anjos, reitor do colégio a terceira e a quarta o padre frei Sebastião Álvares, visitador do colégio.A igreja deste Colégio possuía cinco altares: o altar-mor, o altar de Nossa Senhora da Encarnação, o de São Miguel, o de Santo António e a Capela do Senhor Crucificado, também aqui se realizava o culto religioso da Universidade, sempre que a sua capela, da invocação de São Miguel, estava impedida.Em 1626, uma carta de sentença determinou que o reitor e demais religiosos do Colégio da Santíssima Trindade dessem continuação às obras que estavam a fazer nos muros do Colégio; no ano seguinte, os mesmos frades obtiveram licença para construírem um arco de pedraria com passadiço de acesso ao pátio da Universidade.Dos muitos bens que este Colégio possuía o mais notório foi a Quinta da Giralda, cujos proprietários confinantes eram: o Cabido da Sé de Coimbra, o Mosteiro de Santa Maria de Lorvão, o Mosteiro de Santa Clara, a Colegiada de S. Bartolomeu, Fernando Vasco da Cunha e Sá, e José António Figueiredo e Sousa. Entre as personalidades que deixaram rasto nos documentos analisados, temos notícia de: Dr. Frei Luís Poinsot, que foi reitor deste Colégio em 1647 e lente na Universidade; Dr. Frei António de Azevedo, lente da Faculdade de Leis e Dom Frei Domingos Barata, lente na Faculdade de Teologia na Universidade de Coimbra e também reitor deste colégio, ao qual deixou, por vontade testamentária, cento e cinquenta e oito mil seiscentos e sessenta e seis réis e toda a sua livraria pessoal.Em consequência do Decreto de 30 de maio de 1834, que determinou a extinção das ordens religiosas, e das leis de desamortização dos bens, a 10 de julho do mesmo ano, deu-se início ao inventário do património que, conjuntamente com a documentação pertencente ao extinto Colégio, foram entregues à Repartição de Finanças do Distrito de Coimbra.

Âmbito e conteúdo

Inclui: privilégios, doações, provisões régias, documentos emitidos pela Santa Sé, como bulas e breves papais. Compreende ainda: autos de posse, medição e confrontação, escrituras de aforamento, de escambo, de empréstimo, de compra e venda (entre elas uma que tem a seguinte inscrição: "Esta escritura he das casas ora onde he refeitório e por cima dormitório." do colégio), e escritura de censo consignativo; cartas de arrematação, de posse, de escambo; inquirições, inventários, lançamento de sisas, libelos, sentenças, e outros relacionados com a administração de bens.

Sistema de organização

A documentação que se encontrava instalada em maços e caixas foi objeto de intervenção e está organizada cronologicamente. Todos os documentos estão sumariados, o que nos levou a um reconhecimento feito ao nível da peça.Foi elaborado um quadro de classificação e constituídas séries documentais, segundo o princípio da ordem original, correspondendo à tipologia formal dos atos. A documentação reflete a estrutura orgânica e sobretudo funcional.

Idioma e escrita

Português

Instrumentos de pesquisa

Inventário, em linha, disponível em: https://impactum.uc.pt/pt-pt/artigo/col%C3%A9gio_da_sant%C3%ADssima_trindade_de_coimbra

Unidades de descrição relacionadas

Genérica/completiva: ADL - Colégio da Santissima Trindade de Coimbra (SSEC). Código de Referência: PT/ADLRA/ACD/DFLRA/Y-B. Descrição em linha, disponível em: http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=4694939.Genérica: DGLAB - Inventário de extinção do Colégio da Santíssima Trindade de Coimbra (DC). Código de Referência: PT/TT/MF-DGFP/E/001/00125

Notas de publicação

Referência bibliográficaCAPELO, Ludovina Cartaxo (2012) - Colégio da Santíssima Trindade de Coimbra.

Notas

Em 1834 com a extinção das Ordens religiosas o colégio foi arrendado a particulares e no ano de 1849 vendido em praça pública, ao padre Manuel Simões Dias Cardoso.A Igreja, o claustro e as pequenas dependências anexas, mantiveram-se na posse da Câmara Municipal, que lhes deu vários destinos, tendo aqui funcionado o tribunal Judicial da Comarca até 1870. Em 1895 todo o colégio passou para a posse do padre José Simões Dias.A sua degradação era enorme e no ano de 1988 a igreja do colégio desmoronou-se, nos anos de 2007 e 2008 realizaram-se vários trabalhos arqueológicos e desde 2009 que está a ser intervencionado, tendo por finalidade a criação e instalação do Tribunal Universitário Judicial Europeu.

Data de publicação

13/05/2021 08:21:18