Convento de Santa Ana de Coimbra
Nível de descrição
Fundo
Código de referência
PT/AUC/MC/CSACBR
Tipo de título
Controlado
Título
Convento de Santa Ana de Coimbra
Datas de produção
1230
a
1911
Datas de acumulação
1175-1858
Dimensão e suporte
92 u. i. (35 cx., 57 liv.); pergaminho e papel.
Extensões
35 Caixas
57 Livros
Entidade detentora
Arquivo da Universidade de Coimbra
História administrativa/biográfica/familiar
O Convento de Santa Ana de Coimbra pertencia ao ramo feminino da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho. O local onde foi construído o primeiro Convento de Santa Ana de Coimbra das Eremitas Descalças, situava-se na margem esquerda do rio Mondego, arredores de Coimbra. Conhecido por “Celas da Ponte” dá-se como data da sua fundação o ano de 1174, segundo D. Nicolau de Santa Maria, cónego regrante da Congregação de Santa Cruz de Coimbra.Concluída a obra em 1184, teve como primeira prioresa Dona Joana Pais, que veio do Convento de S. João das Donas, como mestra de noviças D. Maria Martins, e como porteira e vigária D. Maria Lopes.Mudanças significativas observam-se no local da sua fundação, pois as cheias do rio Mondego, no inverno, causavam-lhe grandes inundações e o depósito de areias que as mesmas arrastavam, tornam o local inadequado para viverem.No livro, com a cota S.ª ANA – 43, na página 127v., linha 8 e seguintes, pode ler-se: “(…) por causa das cheias do rio Mondego com as quais o dito Convento estava devastado e as ditas freiras por muitas vezes estiveram em perigo de vida (…)”.Em 1561 recolhem-se as freiras numa quinta em São Martinho (Coimbra), que lhes doou o bispo-conde D. João Soares, enquanto não construíam outro convento. Embora esta quinta tivesse poucas condições, mantiveram-se nela até que o bispo conde D. Afonso de Castelo Branco lhes mandou construir um novo edifício. A 23 de junho de 1600 o senhor bispo dá início ao novo edifício, lançando a primeira pedra do novo Convento.Situado na “Eira das Patas”, junto à cerca de S. Bento (Jardim Botânico), o seu domínio estendia-se até ao atual Penedo da Saudade.Consta que a construção demorou nove anos e meio e as freiras entraram no novo Convento em fevereiro de 1610, e começaram a usar o hábito das Eremitas de Santo Agostinho. A primeira prioresa deste novo Convento foi dona Hieronyma, freira professa do Convento de Santa Mónica de Lisboa. Passados duzentos anos, novo sobressalto acomete as freiras, pois as tropas francesas (invasões francesas) estavam às portas da cidade de Coimbra. Com medo das atrocidades que pudessem vir a sofrer, escondem (enterram) os seus tesouros no próprio convento, e partem levando consigo pouca coisa. Em 1811 já estão de volta ao Convento, e num auto de justificação de um pedido de ajuda monetária, narram o estado de degradação em que este se encontra.Em 1834, no âmbito da "Reforma geral eclesiástica" empreendida pelo ministro e secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar, pelo Decreto de 30 de maio, foram extintos todos os conventos de todas as ordens religiosas, ficando os conventos de religiosas sujeitas aos respetivos bispos, até à morte da última freira, data do encerramento definitivo, sendo os bens incorporados nos Próprios da Fazenda Nacional.O Convento foi declarado extinto a 27 de junho de 1885, pelo Ministério dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça, após a transferência da última freira, Maria José de Carvalho, ex-superiora, para o recolhimento do Colégio Ursulino de Vila de Pereira, então instalado no Colégio de São José dos Marianos.
Âmbito e conteúdo
A documentação deste fundo respeita, na sua maioria, à gestão financeira e patrimonial do Convento de Santa Ana.Os documentos são, essencialmente, títulos de propriedades, privilégios, alvarás, e outros relacionados com a administração de bens.
Sistema de organização
A documentação está organizada em séries documentais que se encontram ordenadas alfabeticamente e dentro destas cronologicamente.
Idioma e escrita
Português
Data de publicação
14/05/2021 08:21:21