Colégio de São Bernardo de Coimbra
Nível de descrição
Fundo
Código de referência
PT/AUC/MC/CSBRC
Tipo de título
Controlado
Título
Colégio de São Bernardo de Coimbra
Datas de produção
1180
a
1835
Datas de acumulação
1550 - 1834
Dimensão e suporte
71 u. i. (10 cx., 61 liv.); pergaminho e papel.
Extensões
10 Caixas
61 Livros
Entidade detentora
Arquivo da Universidade de Coimbra
História administrativa/biográfica/familiar
O Colégio de S. Bernardo de Coimbra, também conhecido por Colégio do Espírito Santo, pertencia aos Monges Cistercienses e foi fundado no ano de 1550, por iniciativa do Cardeal Infante D. Henrique, aí se instalando os “monges universitários da Ordem de São Bernardo”. O seu fundador dotou-o com bens da sua própria fazenda e com as rendas do Mosteiro de S. Paulo de Frades de Coimbra após a confirmação do papa Júlio III, expressa no breve de 30 de janeiro de 1554 dirigido ao rei D. João III, em resposta ao pedido de anexação feito em 1552. De igual modo foram unidos e anexados ao Colégio o Mosteiro de Santa Maria de Tamarais de Leiria, e a Abadia de Nossa Senhora da Estrela do bispado da Guarda. Na qualidade de administrador de todos os bens e rendas, o colégio de S. Bernardo de Coimbra obteve dos monarcas e da Santa Sé a confirmação de todos os privilégios e direitos anteriormente outorgados às instituições a ele anexadas.Ainda no ano da sua fundação D. João III outorgou ao colégio de S. Bernardo, o direito de possuir um carniceiro para obtenção dos mantimentos que lhe fossem necessários, direito esse confirmado por D. Filipe I em 1596. A fim de agilizar a administração dos bens do Colégio, dada a extensão do seu património e a consequente dificuldade na recolha das rendas, D. João V acedeu em nomear para o Colégio um Juiz executor das suas dívidas.Os primeiros estatutos que o colégio de S. Bernardo de Coimbra conheceu foram dados pelo próprio Cardeal Infante D. Henrique.Nele formaram-se ilustres monges cistercienses, e muitos dos seus reitores foram abades gerais da Congregação e lentes da Universidade de Coimbra. De entre eles distinguimos o frei Luís de Sá, que ocupou o lugar de Vice-reitor da Universidade de Coimbra, nos períodos de agosto de 1669 a 10 de janeiro e de 1661 e dezembro de 1663 a 29 de abril de 1664. Foi-lhe atribuído o título de Decano perpétuo da Faculdade de Teologia (1662) e o de Cancelário da Universidade.Por carta régia de 1 de março de 1560 este colégio foi incorporado à Universidade, passando então a gozar dos mesmos privilégios concedidos a esta instituição, e na qual desempenhou um importante papel cultural e de grande apoio à comunidade universitária.Com a criação da Congregação Portuguesa de Santa Maria de Alcobaça em 1567, o colégio de S. Bernardo, a par de outras instituições religiosas da mesma Ordem, passaram a estar congregados à Real Abadia de Santa Maria de Alcobaça, o mais importante mosteiro cisterciense em Portugal. O breve de Clemente VIII datado de 1596, concedeu ao prelado deste Colégio, o poder de usufruir a dignidade e privilégios de Dom Abade, passando a ministrar na sua igreja a confirmação, prima-tonsura e ordens menores e exercer nela outras funções pontificais.Com a publicação das leis contra a amortização dos bens da Igreja: a lei de 4 de julho de 1768, e a lei de 9 de setembro de 1769, o Colégio de S. Bernardo e as Ordens monásticas em geral, sofreram um rude golpe na sua gestão patrimonial. O intento de travar a acumulação de corpos de mão morta, por parte das instituições religiosas, culminou com o decreto de 30 de maio de 1834 que extinguiu as ordens religiosas em Portugal. Esta data, assinala o fim do Colégio de S. Bernardo e consequentemente à dispersão do seu cartório e ao desaparecimento de muita documentação, como consta na notícia que nos chega logo após a extinção do colégio (1834), de que foram encontrados no Mosteiro de Santa Cruz, escondidos em cinco caixões de madeira, 37 tombos do colégio de S. Bernardo, juntamente com documentação avulsa e 456 pergaminhos.
Âmbito e conteúdo
Da documentação fazem parte: privilégios, doações (de salientar a doação de D. Teresa em 1108, da quinta de Lordemão a Gonçalo Albano, p. 382v., col. S. Bernardo-13), alvarás, provisões régias, cartas de venda (entre elas, traslados escritos em latim datadas entre 1180 e 1190), por traslados dos documentos emitidos pela Santa Sé, como: bulas e breves papais. Fazem, ainda, parte do fundo vários processos cíveis, nomeadamente sentenças e demandas, entre outras a contenda entre o colégio e os duques de Aveiro e outra com a Misericórdia de Coimbra a par de escrituras de emprazamento, correspondência e outros títulos.
Sistema de organização
O fundo foi classificado em séries, ordenadas alfabeticamente e, por sua vez, os documentos de cada série encontram-se ordenados cronologicamente dentro de cada série. Foi elaborado um quadro de classificação.
Idioma e escrita
Português
Instrumentos de pesquisa
Inventário - CAPELO, Ludovina Cartaxo e PROZIL, Mónica Oliveira (2007) - Colégio de S. Bernardo de Coimbra. In Boletim do Arquivo da Universidade de Coimbra. Vol. XXIII e XXIV (2003-2004; 2005-2007), pp. 259-307.
Notas de publicação
Referência bibliográficaCAPELO, Ludovina Cartaxo e PROZIL, Mónica Oliveira (2007) - Colégio de S. Bernardo de Coimbra. In Boletim do Arquivo da Universidade de Coimbra. Vol. XXIII e XXIV (2003-2004; 2005-2007). Coimbra.VASCONCELOS, António de – Escritos vários relativos à Universidade Dionisiana. Coimbra : 1938 e 1941. 2 vols. (Reed. pelo Arquivo da Universidade Coimbra , 1987 – 1988)."Ordens religiosas em Portugal: das origens a Trento: guia histórico". Dir. Bernardo de Vasconcelos e Sousa. Lisboa: Livros Horizonte, 2005. ISBN 972-24-1433-X. p. 116
Data de publicação
15/05/2021 02:02:46