Autos de abertura das caixas das esmolas

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Autos de abertura das caixas das esmolas

Detalhes do registo

Nível de descrição

Série   Série

Código de referência

PT/CRSI/CIM/CRSI/003

Tipo de título

original

Título

Autos de abertura das caixas das esmolas

Datas de produção

1927  a  2005 

Âmbito e conteúdo

Ilustra o registo dos autos de abertura das caixas das esmolas existentes na igreja da Rainha Santa Isabel. Durante a presidência do Dr. António de Vasconcelos, ficou decidido que cada uma das caixas das esmolas tivesse três chaves diferentes, entregues ao presidente, secretário e tesoureiro, e que as caixas seriam abertas uma vez por mês, perante os mesários; o dinheiro encontrado era logo contado e lavrava-se em livro especial um auto de abertura, fazendo contar tudo o que se encontrou discriminadamente (Actas e Eleições, Acta de 30 de Junho de 1927, liv.3 – fl.12v.). É contabilizado o total do dinheiro proveniente das três caixas existentes na igreja, dinheiro que era entregue como pagamento de promessas, como agradecimento de alguma cura ou para comprar azeite, e dá-se nota, igualmente, de objectos encontrados nas mesmas caixas, por exemplo: moedas de prata, moeda de ouro de cinco dólares, anéis de ouro, libras de ouro, notas de vinte dólares, moedas inglesas, espanholas, brasileiras, uma rupia da Índia portuguesa, uma moeda do Príncipe Regente D. Pedro de 1812, moeda de dez escudos da comemoração da Batalha de Ourique, moeda do reinado de D. José, de D. Maria II, de D. Luís, da Câmara e do Comércio da Indústria de 1923, nota do Banco Ultramarino, Província de Angola, toalhas de linho, argolas, relógios, broches, colar de marfim, lâminas em prata representando olhos, fios de ouro, fio de contas de ouro com um pequeno relicário pendente, um Menino Jesus de prata num berço, cruz de azeviche, cruz com diamantes, alfinete de gravata, medalhas, por exemplo de Nossa Senhora de Fátima, de “Lembrança Portuguesa”, de Santo António, brincos, alianças, pulseiras, figas, castiçais, cordões, em ouro ou prata, decorados com pérolas e diamantes, cartas com pedidos à Rainha Santa. Em certos casos é indicado o nome do ofertante como por exemplo: uma nota de cinco escudos com um bilhete em que se podia ler “Ofereço para a ajuda aos seus pobrezinhos por ter melhorado a sua amiga” (liv.1 – fl.6v.); intenções por familiares; dedicatórias: “À Minha Santa, Minha Santa Madrinha e Protectora – 18-VIII-929” (liv.1 – fl.8v.); um envelope da casa Nunes & Companhia com a quantia de oitocentos escudos com a indicação: “Promessa de um devoto, entregue nesta casa” (liv.1 – fl.9); um fio-pulseira com um cartão dizendo “José Emídio de Matos, pintor, Vigo, Espanha” (liv.1 – fl.9v.); dinheiro com um papel onde estava escrito “Entrega à Rainha Santa, Encarnação do Sabino, de Sandomil” (liv.1 – fl.10); nota de dois escudos e cinquenta centavos que tinha um papel onde se lia “Coimbra 9-3-930. Milagre que a boa Rainha Santa fez. Tinha desejo em dar melhorado mas não é possível nesta ocasião por ter muitos compromissos. Aguardo para depois – Uma devota” (liv.1 – fl.10v.); a quantia de cinquenta e cinco escudos com um papel que dizia “Entregou o Exmo. Sr. Serafim Areda, valor de meia libra-ouro que oferece à Rainha Santa no dia 27 de Maio de 1930” (liv.1 – fl.11); um cordão de ouro embrulhado num papel onde se lia “ Uma devota da Rainha Santa oferece um cordão de ouro como cumprimento duma promessa duma graça obtida por seu intermédio” (liv.1 – fl.11); a quantia de cem escudos presa com um papel onde estava escrito: “Da Sr.ª D. Mariana Gomes Crespo, irmã da Congregação da Rainha Santa” (liv.1 – fl.11v.); um fio de ouro com uma pequena cruz de Cristo e uma moeda de cinquenta centavos, dentro de um envelope, com um cartão que dizia: “Carolina dos Santos, moradora na Guarda Inglesa, oferece como promessa à Rainha Santa ……, por ficar bem de uma operação melindrosa que fez, ficando completamente boa. Coimbra, 26 de Agosto de 1930. P.S. Entrega também nesta data um litro de azeite” (liv.1 – fl.12); uma nota de cem escudos acompanhada de um papel onde estava escrito: “Oferta de Maria José Martins de Oliveira – cumprimento de uma promessa à Rainha Santa. São Vicente (Cabo Verde), Setembro 1930” (liv.1 – fl.12v.); trezentos escudos num envelope que dizia “Contém 300$00. Promessa pelo grande milagre a um português que trabalha no Brasil. 14-12-930” (liv.1 – fl.13); um fio de ouro acompanhado de um cartão: “Ofereço este fio de ouro à Rainha Santa pela cura de minha doença. Maria Delfina Rodrigues Carvalho” (liv.1 – fl.14v.); trinta escudos acompanhados de um bilhete: “Maria Augusta Ferreira oferece à Rainha Santa pela alma de seu querido filho António Ferreira de Lima, falecido no Rio de Janeiro” (liv.1 – fl.14v.); uma bolsa de prata contendo um papel onde estava escrito: “Uma bolsa de rata contendo 2$05, encontrada no Largo do Castelo no dia da Queima das Fitas, por João Vaz Louzã. 12-IX-1931” (liv.1 – fl.17).Alguns ofertantes indicam o destino a dar ao seu dinheiro. Por exemplo, a quantia de quarenta escudos num envelope que dizia “Enviados por D. Olímpia Valadas, desejando que sejam aplicados no culto da Rainha Santa” (liv.1 – fl.10v.); um envelope com vinte escudos acompanhado de um cartão dizendo: “Oferta feita à Rainha Santa para uma menina que esteja tuberculosa, de 15 a 16 anos” (liv.1 – fl.15); Manuel Mesquita entrega cem escudos para os Pobrezinhos do Refúgio da Rainha Santa (liv.1 – fl.24); uma carta dizendo que a esmola é para se dizer missa à Rainha Santa no dia 23 de Agosto (de 1934) por intenção de uma criança que se encontra em África (liv.1 – fl.27v.); cem escudos para serem entregues ao Refúgio da Rainha Santa Isabel “em cumprimento de uma promessa feita num momento de aflição” (liv.1 – fl.39); um papel indicando que era para entregar a “pessoas tuberculosas ou cancerosas pobres” (liv.1 – fl.40 e liv.2, fl.2); ou dizendo apenas que o dinheiro é para “as festas da Rainha Santa” (liv.1 – fl.41); dinheiro destinado a pessoas pobres protegidos da Rainha Santa (liv.2).Curioso é a oferta de um anel branco com um brilhante acompanhado de um bilhete que pede para o ofertante ser avisado caso seja para venda, porque, nessa situação, quer readquiri-lo (liv.1, fl.4v.) ou a entrega de um fio com um papel que tinha escrito: “Pede-se o favor de não vender pois é desejo nosso que se guarde no Museu. Oferece D. Maria Inês Rodrigues. 12-IV-1931” (liv.1,fl.14v.), e ainda os pedidos de resgate a partir dos números de registo (liv.2, fl.n.n.)O dinheiro era entregue ao tesoureiro e os objectos de ouro ao capelão ou sacristão da Confraria, depois de escriturados no livro respectivo.

Idioma e escrita

Português

Características físicas e requisitos técnicos

Lombadas fragilizadas.

Unidades de descrição relacionadas

A série Actas e Eleições no seu liv.2 a fl. 5v. contém um auto de abertura da caixa das esmolas no dia 30 de Junho de 1890. Também em acta ficam exaradas as esmolas encontradas com as indicações dos benfeitores onde querem que o dinheiro seja aplicado. É decidido em acta o destino a dar a essas esmolas (por exemplo: liv.7 – fl.8v.).Na série Correspondência Expedida encontramos, a partir da década de 50 do séc. XX, listas com a discriminação das esmolas encontradas nas caixas do templo, que, depois, eram publicadas em jornais locais como o Diário de Coimbra, Correio de Coimbra e O Despertar.Na série Recibos de esmolas é declarado o dinheiro recebido, proveniente das esmolas encontradas no templo da Rainha Santa, e que depois a Confraria da Rainha Santa Isabel lhe dá um destino.A série Receita e Despesa (diária) regista o total de dinheiro encontrado nas caixas.

Notas

Título formal.

Data de publicação

13/05/2021 18:04:06