Colégio de Jesus de Coimbra

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Colégio de Jesus de Coimbra

Detalhes do registo

Informação não tratada arquivisticamente.

Nível de descrição

Fundo   Fundo

Código de referência

PT/AUC/MC/CJCBR

Tipo de título

Formal

Título

Colégio de Jesus de Coimbra

Datas de produção

1542  a  1759 

Datas de acumulação

1540-1759

Dimensão e suporte

294 u.i. (234 liv., 54 cx., 2 mç., 4 pt. (100 doc.); papel e pergaminho

Entidade detentora

Arquivo da Universidade de Coimbra

História administrativa/biográfica/familiar

Foi o primeiro colégio da Companhia de Jesus a ser fundado, em todo o mundo. Esteve, desde 1542, localizado em Coimbra, em edifício situado na Couraça dos Apóstolos, cujo nome advém do facto de ali terem estado instalados os jesuítas. Inicialmente, destinava-se à formação de clérigos para esta nova ordem religiosa. A partir de 1547, começou a ser construído novo edifício, cedendo a Câmara Municipal de Coimbra e o próprio rei D. João III os terrenos para a sua instalação. A construção foi demorada, por quase dois séculos, tendo sido inaugurado em 1698, a 31 de julho, dia do fundador da Companhia de Jesus, Inácio de Loyola. Algumas obras ainda decorreram no século XVIII. Notabilizou-se pelos estudos ministrados e pelo seu corpo docente, preparando missionários que foram os apóstolos do oriente e do ocidente. Foi seu primeiro reitor o Padre Diogo Mirão. Em 1592, o colégio tinha já 205 alunos. Entre os seus professores ilustres conta-se D. Policarpo de Sousa (1697-1767) que foi ali aluno, depois professor de Retórica e que veio a ser bispo de Pequim.Recebeu a proteção régia, tendo-lhe sido concedidos diversos privilégios. Por carta régia de 26 de agosto de 1544, o rei D. João III atribuiu-lhe todos os mesmos privilégios, graças e mercês concedidos à Universidade de Coimbra. O rei D. Sebastião ordenou a sua incorporação na Universidade, juntamente com o Colégio das Artes, por carta régia de 5 de setembro de 1561. O património do colégio foi constituído por bens diversos, entre os quais figuravam os dos extintos mosteiros de Sanfins de Friestas, São João de Longos Vales, São Pedro de Pedroso, Santa Maria de Cárquere e Santo Antão de Benespera, por doação de D. João III, entre 1548 e 1560, confirmada por bulas do papa Paulo III, bem como a abadia de São Paio de Caria. Devido à origem diversificada do seu património, os seus bens estavam localizados em sítios tão distintos, como: Troporiz, Mazedo, Boivão, Soutelo, Verdoejo, Valença, Cárquere, etc. Com a extinção da Companhia de Jesus, em 1759, o colégio foi também extinto e os seus bens sequestrados pelo Erário Régio.

Âmbito e conteúdo

Inclui cartas e provisões régias enviadas ao colégio, contendo privilégios diversos, como o de compra de pescado, gado e mantimentos em qualquer lugar do reino, o de ter juiz, tabelião e escrivão privativo, a jurisdição sobre estudantes, a isenção de pagamento de sisa sobre vendas, etc. Inclui também livros de escrituras notariais de emprazamento, posse, doação e escambo, redigidas pelo escrivão privativo do colégio, para administração do seu património. Inclui ainda tombos de demarcação de bens, provenientes da anexação do património dos extintos mosteiros de Sanfins de Friestas, S. João de longos Vales, Santo Antão de Benespera, Santa Maria de Cárquere, assim com bens da capela de S. Francisco Xavier, erigida na igreja do colégio. Contem autos cíveis relativos a litígios com rendeiros do colégio. Contem também documentação pontifícia (bulas e breves) sobre a instituição da Companhia (bula de Paulo III de 27 de setembro de 1540) ou sobre a união do património dos antigos mosteiros, acima referidos, ao colégio, (bula do papa Paulo III de 1548, bula do papa Júlio III, de 1551, etc. ), assim como documentação pontifícia relativa à anexação de igrejas que pertenceram ao padroado dos mesmos mosteiros, como S. Tiago de Pias, S. Salvador de Cambeses, S. Miguel de Sago, S. Lourenço da Lapela, S. Tiago de Boivão, etc.

Sistema de organização

Ordenação cronológica.

Instrumentos de pesquisa

Recenseamento e Pereira, Gabriel - Catalogo dos pergaminhos do cartório da Universidade de Coimbra. Coimbra, 1881.

Notas

Após a reforma pombalina da Universidade de Coimbra, em 1772, os bens de quase todos os colégios jesuítas foram anexados à Universidade. Por carta régia de 11 de outubro de 1772, a igreja do colégio foi destinada a ser a Sé catedral de Coimbra, tendo sido cedida ao bispo-conde D. Francisco de Lemos. Em parte do edifício do extinto colégio veio a ser instalado o Hospital Real de Coimbra, bem como o Museu de História Natural e o Laboratório Químico, depois das necessárias obras de adaptação que decorreram a partir de 1775.

Data de publicação

16/05/2021 18:41:50